FERNANDO PESSOA
Fernando António Nogueira Pessoa
[Lisboa 1888 - + 1935]
El
escritor portugués más profundo y más leído del siglo XX. Nacido en Lisboa, en
marzo de 1914 hizo nacer allí a sus heterónimos vueltos tan famosos como él: Alvaro de Campos, Ricardo Reis y Alberto Caeiro porque entendió que la
ventaja de la heteronimía es que el poeta puede expresarse por medio de otras
voces sin dejar de ser él, el ortónimo. “Un recurso para vivir muchas vidas sin
morir muchas muertes…”
Extraño,
escéptico, manejador exquisito de la ironía, vivió cuarenta y siete años. Gran
tomador, fiel al aguardiente Águia Real,
fue internado de urgencia debido a un cólico hepático, tal vez producido por
una cirrosis. Murió al día siguiente el 30 de noviembre de 1935.
FERNANDO PESSOA
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um
fingidor.
Finge tão
completamente
Que chega a fingir
que é dor
a dor que deveras
sente.
E os que lêem o que escreve,
E os que lêem o que escreve,
na dor lida sentem
bem,
não as duas que ele
teve,
mas só a que eles
não têm.
E assim nas calhas de roda
E assim nas calhas de roda
gira, a entreter a
razão,
esse comboio de
corda
que se chama
coração.
RICARDO REIS
Não quero, Cloé, teu amor, que oprime
porque me exige o amor. Quero ser livre.
A esperança é um dever do sentimento.
1-11-1930
FERNANDO PESSOA
LOUCURA
Fito-me frente a frente
e conheço quem sou.Estou louco, é evidente,
mas que louco é que estou?
É por ser mais poeta
que gente que sou louco?
Ou é por ter completa
a noção de ser pouco?
o ser vivo que tenho.
Nasci como um aborto,
salvo a hora e o tamanho.
30-3-1931.
No hay comentarios.:
Publicar un comentario